segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Fotolivro - Pés feridos - Daniela Santos

Prefácio

Esse ensaio fotográfico surgiu inicialmente de uma conversa com Luiza, minha mãe. Eu tinha 14 anos voltava de uma aula de balé e reclamava que e meus pés estavam machucados e minhas pernas doíam. Então, minha mãe perplexa por minhas constantes reclamações perguntou “Pago  para você sofrer?” Embora, na época tenha dito que aquilo era natural no balé, hoje, me questiono até onde pagamos para sofrer? Sofrer para fazer depilação, sofrer por amar um esporte, sofrer para manter uma dieta... sofrer por sofrer?Até onde é natural? Até onde é sano ou/e insano?Até onde a dor vale o prazer  ou o prazer vale a dor?

Em conjunto com essas perguntas fui motivada a recriar ficcionalmente o universo do balé: a sala, o material, as posições, posturas e, por fim, a dor/prazer.      



Pés feridos


Os pés feridos, mais uma vez.
Balé é repetição.
Você observa perplexo:
“Pago para você sofrer”?




Os pés feridos, mais uma vez.







Balé é repetição





Você observa perplexo:


"Pago para você sofrer?"




sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O Silêncio de Manoel de Barros - Por Carla Vilhena


Difícil fotografar o silêncio.


 Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa


 Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina.


 O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.


 Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.

Fotografei a existência dela.


 Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre.


 Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.


 Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.


 A foto saiu legal.



quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O Fotógrafo - Larissa Nunes e Adriana Figueiredo


O Fotógrafo


                                                                                          Adriana Figueiredo 
                                                                                                       & 
                                                                                              Larissa Nunes 



O Silêncio






O Perdão





A Existência



O Perfume



O Carregador



O Sobre



O Desabamento




Nuvem de calça




O Poeta




O Fotógrafo ~ Exercício Criativo por Aluisio Francisco Cesar Junior






O Fotógrafo
Manoel de Barros
Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim num beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada mais na existência do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Vi um paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim cheguei a Nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski – seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O fotógrafo

O fotógrafo

Manoel de Barros



Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim num beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada mais na existência do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Vi um paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim cheguei a Nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski – seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Fotolivro - Peito de Aço e Coração de Sabiá

Fotolivro produzido na disciplina de Literatura e Outros Códigos, curso de Letras da Unirio, professora Ana Carolina Coelho. 2015.1. 
Alunos: Mery Ellen Alentejo e Luiz Carlos da Costa Coelho















domingo, 24 de maio de 2015

Distrações - Pietro G2


Foto-vídeo-livro "Distrações: o que vemos ou o que não vemos?"
Esta postado meu trabalho para a nossa disciplina do curso, que visa apresentar um olhar diferente do mundo que comumente não se aprecia. E gostaria de chamar atenção para dois poemas apresentados neste: "Maresia" - há um jogo linguístico imbricado no corpo do poema, uma charada na verdade. "É proibido proibir" - há uma ironia na referência sobre o que se permite fazer na sociedade com as palavras que é importante que não se confunda com intenção literal.

Agradeço a professora Ana Carolina pela oportunidade de poder demonstrar minhas fotos e textos através dessa disciplina, e a todos os colegas pela paciência de compartilharem esse tempo comigo neste trabalho.
Abraços a todos.